sábado, 24 de maio de 2008

Texto/ Exposição de João Machado

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Arte de João Machado visa ao estranhamento

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Exposição busca sensação de “um peixe fora d´água”

Cerca de 30 obras da exposição do artista plástico e cineasta João Machado que têm como meta causar uma sensação de estranheza como se não pertencessem ao local. As peças estão expostas no Anexo 1 do Museu de Arte de Joinville, na Cidadela Cultural da Antarctica compondo a exposição “Mapas/Deslocamento”, A exposição foi inaugurada no dia 8 de maio , A exposição integrará a programação nacional da Semana dos Museus, e permanecerá no local até o dia 29 de junho.

O artista define essa sensação de deslocamento como “uma espécie de ante-sala da saudade, uma dor sutil e inflamatória, conhecida muito bem por imigrantes ou qualquer um que já tenha se sentido um pouco como um peixe fora d’água”. Entre as peças encontra-se a instalação “Na Barriga da Baleia”, composta por esculturas feitas com ossos de baleia, alumínio e vidro. A forma das esculturas, junto com os materiais utilizados visa à sensação descrita pelo artista; é difícil determinar se remetem a algo conhecido, ou se são formas puramente abstratas.

Além das obras feitas com ossos de baleia, estão incluídos diversos quadros produzidos com recortes de mapas, livros e jornais, com uma técnica desenvolvida pelo artista, juntando uma grande quantidade de fragmentos de imagem para formar uma imagem completa, e sem qualquer relação com o material de origem. Exposta também está a escultura “Control Towers”, composta por uma canoa serrada ao meio e preenchida com circuitos de computador. Nenhuma das peças está etiquetada, embora o nome delas esteja disponível no site do artista.

Além das peças à mostra na Cidadela, João Machado produziu os filmes “Estetyka”, de 2001, “Filhos de Saturno”, de 2007, e “The Champagne Club”, de 2001. Machado também foi roteirista da série “Os Normais”, dirigiu e escreveu as peças de teatro “Viagra Falls” e “O Último Bolero” e publicou em 2004 a fotonovela “Os Amputados”.

Também exibida na Cidadela Cultural está a exposição “Apofenia”, do artista Sérgio Canfield. Em telas pintadas com jatos de tinta acrílica, as pinturas remetem a figuras fantasmagóricas, “àqueles que não foram escolhidos, àqueles que nunca foram selecionados para nada, os habitantes da sombra, os moradores do nada, os anti-seres," como define o curador da mostra, Inácio Carreira.

Para o estudante de biologia Giancarlo Ramos Tomazelli, 20 anos, as duas exposições são “interessantes”, embora tenha admitido não entender muito bem qual era a intenção da obra de João Machado, e tenha feito piada com o aspecto das esculturas. Já o desenhista Pedro Candido, 23 anos, além de ter apreciado as peças, demonstrou interesse na técnica utilizada por Sérgio Canfield, perguntando do tipo de tinta até os instrumentos usados para produzir as telas.

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